terça-feira, julho 23, 2002

23 de julho, madrugada de segunda para terça-feira

Religião

Eu estava em um mosteiro que ficava em uma montanha muito alta de um país da Europa. O lugar era muito antigo e bonito mas tinha um defeito: tocava música da bahia. Mas só axé music da pesada mesmo, tipo "É o tchan" e similares. Eu ficava pensando: "nossa, mas num lugar onde as pessoas são tão cultas, no meio da Europa, berço da civilização, eles ficam ouvindo essa música tão ruim". Depois eu concluí que eles, na verdade, não sabiam que tipo de música era aquela, não tinha noção da letra (até porque era um monte de padre que não falava português), e portanto aquilo não passava de ingenuidade.

Enquanto eu andava pelo mosteiro eu vi um escravo africano cego preso em uma cela. Fiquei muito comovida com a situação dele e revoltada com o fato dos padres manterem um escravo. Eu conversei um pouco com ele para tentar conforta-lo e ele me disse que até que não era mal tratado, que os padres eram bons para ele por causa da cegueira. Pelo que eu entendi da conversa ele era um escravo do tempo da escravidão mesmo (coisa de sonho) e tinha sido levado para o mosteiro porque era cego. Mesmo assim ele ficava naquela cela e tinha roupa de escravo, o que continuou me revoltando.

De repente entra o bispo mau na história. O mosteiro era dirigido pelo bispo bom que era muito velhinho e parecia o Padre Cícero. Tinha também o bispo mau que queria roubar o terço do bispo bom para que ele não pudesse fazer a cerimônia que teria naquele dia à noite. Ele queria impedir a cerimônia só de sacanagem.

Então ele entra no quarto onde o bispo bom está dormindo e pega o terço que tem um sininho que toca e acorda o bispo bom. Nessa hora, o bispo bom vira a minha mãe e eu tomo o lugar do bispo ruim. A minha mãe me xinga porque eu queria roubar o negócio dela e atrapalhar a cerimônia. Então eu começo a brincar com o terço e contar quantos diamantes e rubis tem no terço, que é uma peça muito valiosa, mas meio feiosa.

Eu não tenho mais inteção de roubar nada e fico conversando com a minha mãe sobre a cerimônia. Agora, essa cerimônia seria para a minha mãe ficar no lugar do bispo bom, que estava muito velhinho. Aí eu pego uma caixa com os apetrechos que a minha mãe vai precisar à noite. Dentro da caixa tem um monte de coisa, inclusive alguns dentes humanos. Eu lembro a minha mãe que durante a tal cerimônia ela vai ter que arrancar um dente, tipo uma prova de fidelidade. Inclusive eu mostro para ela um dente do bispo bom (eu não como eu sei que o dente é dele, mas eu sei).

Mas ela diz que essa tradição é muito antiga e que ela não iria arrancar dente nenhum. Eu fico mais tranquila, porque a idéia de um dente da minha mãe sendo arrancado a frio estava me incomodando. Depois disso não me lembro do que aconteceu.

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