sexta-feira, janeiro 31, 2003

31 de janeiro, madrugada do quinta para sexta-feira

Fafich

Sonhei com as festas da Faculdade. Tinha banda tocando e muita gente. Lembro de ver a Rosi e a Ludmila por lá.
Também encontrei gente na festa sem conexão direta com essa época: o Fernando, da Pinheiro, e alguns primos mais velhos: Grão, Flávio e Beto.

Teoria do Kenji: o vinho tomado ontem me fez lembrar os tempos de Fafich.
Minha observação: o vinho de ontem era muito, muito melhor do que os servidos nas festas de faculdade.

quinta-feira, janeiro 30, 2003

30 de janeiro, madrugada de quarta para quinta-feira

Débora

Sonhei que a Débora, que era a produtora gráfica da Impacto antes de mim, estava viajando numa Kombi. De repente a Kombi pára bruscamente em frente a um buraco enorme no asfalta. Por causa da parada repentinda, um caminhão bateu na Kombi, mas ninguém se machucou. (No sonho, eu via tudo isso, como se fosse um filme, mas sem participar da cena).

Então, a Débora sai da Kombi e vai para estrada avisar os outros carros do buraco. A estrada estava lotada e ninguém dá atenção para ela. O resultado é que os carros caem no buraco, e a confusão se instaura.

Num outro momento estamos sentados eu, a Débora e o Eduardo Barretto da MRV, conversando. A Débora está super abalada ainda com o ocorrido, tem um cobertor nas costas e está tomando uma caneca de café. Então, o Eduardo fala com a Débora que por causa do acidente e pelo fato dela ter tentado ajudar as pessoas, o pessoal da Unimed (hoje ela trabalha na Fundação Unimed) iria arranjar um bolsa para ela estudar no exterior.

Acabou que o sonho terminou bem. :o)
30 de janeiro

( )

Ontem nós fomos assistir Spider. Um Cronenberg atípico para muitos. Eu não sei.

Em todos os filmes dele que assisti o tema sempre foi “até onde a mente humana pode chegar”. Principalmente quando o assunto é esquisitice. Gente com poderes paranormais, gente obcecada por câmeras, ou por joguinhos de realidade virtual. Até gente que sente tesão por carro. O que poderia ser mais esquisito que a mente de um esquizofrênico?

Aí vem o estranhamento dos que acompanham o Cronenberg. O filme é cru, não tem fantasia, não tem duplo sentido. Por quê?

Porque o esquizofrênico é assim. Para ele não existe metáfora. O que é, é. O que não é, é também, pois ele não sabe distinguir realidade, fantasia, cisma, dor. Um esquizofrênico não tem dúvidas.

Ele usa todas as camisas para não ter que sofrer escolhendo qual usar naquele dia; não olha diretamente para nada que possa lembra-lo algum sofrimento; anota todos seus planos de vingança num caderninho para não esquece-los (como se ele não pensasse exclusivamente nisso); é capaz de lavar as mãos de minuto em minuto mesmo ficando mais de um mês sem tomar banho (ou vice-versa); realmente ouve e vê todos os fantasmas que atormentam a sua cabeça.

Cronenberg optou pela verossimilhança. Realizou um filme que disseca, descreve com riqueza de detalhes, uma patologia que resume e aprofunda o seu tema preferido. Uma obsessão tão forte com os nós da própria mente, que transforma o ambiente e cria uma realidade pessoal. Uma aranha presa na própria teia.

Entre minhas primeiras lembranças, acho que com 4 anos mais ou menos, está uma brincadeira. A cama de casal da minha tia, sempre com uma colcha vermelha, enorme para duas crianças, era uma teia. Ora eu era a aranha, ora eu era o mosquito. A brincadeira chamava teia de aranha e eu brincava com meu primo Binho.


quarta-feira, janeiro 29, 2003

29 de janeiro, madrugada de terça para quarta-feira.

Mais uma noite sem sonhos. Já que é assim, Alváro de Campos:

Insônia

Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo — sei lá salvo o quê...
Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!
Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.
Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.
Vem, madrugada, chega!
Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.
Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exatamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exatamente. Mas não durmo.

Álvaro de Campos - um dos heterônimos de Fernando Pessoa.


terça-feira, janeiro 28, 2003

28 de janeiro, madrugada de segunda para terça-feira

Lobos

Sonhei com pessoas que se transformavam em lobos. Não lembro o que tinha com aquilo tudo, mas, no sonho, eu não tinha medo dos lobos, tinha medo das pessoas que os lobos se transformavam. Provavelmente, o sonho foi inspirado no clip da Bjork com imagens da Princesa Mononoke (Mononoke Princess/Hayao Miyazaki/1997).

Plantão

Sonhei com serviço outra vez. Toda vez que a MRV lança um residencial, eles tiram fotos do local onde vai ser o plantão de vendas e nós colocamos, nessas imagens, a logomarca do residencial, da MRV, o telefone, etc. Assim, o pintor vê essa imagem e sabe como fazer o trabalho seguindo o padrão da empresa. Bem, eu sonhei que eu estava em um plantão da MRV no Rio de Janeiro. Realmente é o proximo lançamento da MRV. Além mim, estavam o Ramiro, que trabalha na criação da Impacto, a Rute e o Yuri, ambos da MRV. Nós estávamos lá para pintar o Plantão.

No sonho, eu pegava uma ferramenta igual ao do Corel Draw, e cobria o muro de branco, clicava e a logomarca aparecia, essas coisas. Não me perguntem como, mas eu não precisava de um computador para isso. Bastava eu pensar, que acontecia.

Eu estava muito preocupada, com medo de atrasar a obra, porque eu tinha que terminar tudo durante uma manhã, mas sabia que aquilo não levaria menos de um dia inteiro. Ainda pensava: "Pôxa, o Ramiro bem que podia me ajudar, porque ele tem mais experiência que eu".

segunda-feira, janeiro 27, 2003

25 de janeiro, madrugada de sexta para sábado

Dr. Rubens

Sonhei com serviço. Estava na MRV e todos estávamos correndo porque o Dr. Rubens, presidente da empresa, iria passar por lá, numa espécie de visita/vistoria. Estávamos o Eduardo (chefe da Rute), a Rute (meu contato direto na MRV), a Angela (minha chefe, dona da Impacto) e eu tomando as últimas providências.
No meu sonho, o Dr. Rubens (que eu não conheço, mas é realmente presidente da MRV) era uma mistura entre o mestre Yoda e o Roberto Marinho: velhinho, careca (o pouco cabelo muito branco), enrugado, cheio de mancha na testa, baixinho e vestia um terno azul marinho.
No mesmo sonho o boy da Impacto, Elias, estava voltando de férias e tinha um monte de trancinha no cabelo. Essa segunda-feira ele voltou mesmo de férias, mas com o cabelo normal. Uma pena, as trancinhas tinham caído bem. :o)

Sábado e Domingo não lembrei dos meus sonhos.

sexta-feira, janeiro 24, 2003

24 de janeiro, madrugada de quinta para sexta-feira

Distantes

Essa noite sonhei com pessoas que eu não vejo há muito tempo: a Flávia (que canta no Amaranto) e o Guilherme (Guinfs). Sonhei que eu estava visitando a Agência de Publicidade que eles tinham e ficava no Ed. Maleta (por que será? :P) Eu ficava conversando com os dois e o Guinfs ficava numa mesa de corte enooorme, montando layout. Engraçado. Boas pessoas.

quinta-feira, janeiro 23, 2003

23 de janeiro, madrugada de quarta para quinta-feira

Após tão poucas horas de sono, não foi possível sonhar. Para compensar deixo um belo poema de Drummond:

Acordar, Viver

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?

Ninguém responde, a vida é pétrea.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, janeiro 22, 2003

22 de janeiro, madrugada de terça para quarta-feira

Sabará

Sonhei com a Liziane de Sabará. Estávamos eu e o Kenji visitando a Liziane que no sonho tinha uma filhinha de 07 meses. No sonho eu ficava assim:
- Liziane, deixa eu ver sua filha...
Uma hora a menina estava dormindo, outra hora o avô da bebê tinha levado não sei onde. Conclusão: não vi a criança no sonho.
Na vida real, a Liziane realmente tem um filho, mas eu não sei se é menina ou menino e é mais velho, já deve ter uns 2 anos.

Acho que eu estou precisando visitar meus amigos com filhos. Um monte já nasceu e eu não conheço. :o)

terça-feira, janeiro 21, 2003

Olá Rapaziada

Voltei! Esse blog começou com um sonho que eu tive com o Max. Portanto ele retorna de seu "sono profundo" da mesma forma.

Por favor, divulguem (entre amigos, claro), ludreams está de volta! :)

18 de janeiro, madrugada de sexta para sábado

Inini Inini

Sonhei que eu e o Kenji estávamos procurando um Motel. No sonho, a gente costumava ir numa mercearia/motel, como aquelas mercearias do Mercado Central que vendem enlatados e feijão a granel. Nessa, tinha uma escadinha que levava para os quartos. Só que o quarto que a gente ia não tinha banheiro, o banheiro ficava do lado de fora. Aí eu falei com o Kenji:
- Vamos ver se o cara (dono de estabelecimento) não tem um quarto melhor, quem sabe.
Então o Kenji perguntou e o cara disse que tinha, mas que precisaríamos esperar porque ele estava ocupado e nos indicou onde aguardar.

Subimos a escadinha e encontramos o Artur, o Márcio e mais uma galera, batendo papo, tomando umas e tal. Foi aí que descobrimos que o quarto estava sendo ocupado pelo Max e pela Jennifer.

Num determinado momento o Max e a Jeniffer saem do quarto e começam a bater papo com a gente também .Aí a Jeniffer fala assim:
- Vamos aproveitar e tocar umas músicas...o Artur está com violão, o Kenji com as gaitas, vamos cantar.
Eu pergunto: - Cantar qual música?
A Jeniffer responde: - Inini Inini Inini Ininiiiii (isso era um som muito esquisito que o mais próximo de descrevê-lo escrevendo que eu consigo chegar é isso)
Bom, aí eu penso com meus botões: - Que diabo de música é essa...
Aí a irmã da Jeniffer que também estava lá vira e fala assim:
- Olha, é aquela música assim, ó: Inini Inini Inini Ininiiiii
Eu continuo tentando encontrar a tal música na minha memória.

Nesse hora eu e o Kenji decidimos entrar no quarto e deixar o povo se divertindo lá fora.
A primeira coisa que eu encontro no tal quarto é um berço. Eu me pergunto: "Mas será que tem gente que traz o filho para o Motel?" Eu vou entrando e vejo mais dois berços e concluo: "Nossa mas tem gente que traz a filharada toda..."

19 de janeiro, madrugada de sábado para domingo

Faraó

Sonhei que eu trabalhava em uma prefeitura (o sonho não revela em qual) e que estava ocorrendo uma expedição. Aí nós encontramos a tumba de um faraó. Nessa expedição, além de mim, estava o prefeito da cidade, sua secretária, algumas crianças entre outras pessoas. Eu falei então:

- Gente, temos que recolher tudo isso e mandar para o museu antes que alguém decida saquear esse lugar.
todo mundo, evidentemente, concordou.

Depois, debaixo da tumba, se abre uma passagem secreta e todo mundo cai lá dentro. Nesse lugar tinha um tesouro e todo mundo (incluindo o prefeito) começa a catar as coisas para si.

Aí eu grito:
Ô pessoal, eu não acabei de falar que a gente tem que levar essas coisas todas para o museu?!
As pessoas, incluindo o prefeito, responde: "Ah é, né? Tem sim...vamos levar para o museu...
E iam devolvendo as coisas bem devagar, meio que com dó, meio que com vergonha.

Um dos meninos ficou me olhando com cara feia e agarrou uma cômoda (isso mesmo, uma cômoda aquele móvel de colocar roupa) de ouro e queria ficar com ele. Então eu me aproximei e ele perguntou:
- Por que eu não posso ficar com ela?
Eu respondi: - Porque a gente tem que levar para o museu. Mas quando você for grande, você pode levar seu filho lá e dizer "olha, o seu pai achou essa cômoda". Assim você também vai fazer parte da história.