sexta-feira, março 06, 2009

Sobre bebês e dinheiro

Então, demorei mas voltei para falar do lance da grana. Se alguém me perguntar se ter filho é caro eu vou dizer que certamente é. Mas como tudo na vida, tem os dois lados da moeda. E é sempre bom ter em perspectiva que o que educa uma criança são os valores passados não a estrutura em torno dela. Porque até comida a gente consegue na pastoral da criança que distribui uma farinha super nutritiva que está acabando com a subnutrição infantil no Brasil (uma revolução silenciosa, que ninguém dá valor, mas absolutamente efetiva e bem sucedida).

Diante disso, a gente começa a refletir sobre o que realmente importa. E eu vou dizer, pressão externa não falta. Eu estava na Baby outro dia e perguntei o preço de toalha para bebê. A vendedora me respondeu 42 reais e me mostrou uma toalha linda, toda felpudinha. Mas achei caro, vi outra toalha e perguntei o preço. A resposta foi excelente:

- Vinte quatro reais. Mas essa é muito mais áspera. Você não vai comprar uma toalha áspera para sua filha, vai?

Óbvio que eu não comprei. Nem uma nem outra. Comprei por 15 reais na Av. Paraná. Aliás, dica: A Av. Paraná é o que há. Preços muito melhores, o pessoal dá desconto e negocia para não perder venda. O lance é bater perna e pechincar, porque funciona.

Mas voltando às chantagens do mundo consumista em que vivemos, o importante nesses momentos, e aí não é só na gravidez, mas sim na hora de comprar qualquer coisa, é ter bom senso e, principalmente, ser racional e não permitir que o emocional domine.

Outro exemplo que eu vivi foi o berço. Quando a gente foi comprar o conjunto berço e cômoda, na Av. Silviano Brandão, onde a quantidade grande de lojas especializadas garantem variedade e preço, eu me encantei com um berço na primeira loja que entramos. Eu não queria berço branco, queria madeira. Esse era de madeira maciça, virava uma cama de solteiro (não mini-cama, que é mais comum) e vinha com um baú e um pequeno gaveteiro embutidos. Uma beleza que custava 1.700 reais. Se comprássemos à vista, depois de muita conversa com a vendedora, sairia a 1.400.

Como era a primeira loja, fomos pesquisar os outro preços, mas na minha cabecinha já estava garantido: provavelmente, somando o valor do berço + cômoda poderíamos comprar o super berço que já tinha um gaveteiro. Ledo engano. Alguns quilômetros andados depois e muitas lojas visitadas, conseguimos comprar o conjunto por 630 reais. Sim, berço, cômoda e colchão (que não estava incluído antes) por menos da metade do preço do super berço. E tudo branco. Por que? Porque a indústria de móveis para bebê assim o quis. Não era a minha primeira opção, mas como a oferta de móveis brancos é muito maior e consequentemente o preço menor, abri mão da madeira, comprei um material de qualidade e mais acessível.

Tenho muitos outros exemplos. Aquele conjuntinho de potes que pode chegar até o preço absurdo de 150 reais em algumas lojas, mas que custa em torno de 50 reais na feira hippie, por exemplo, eu substituí por potinhos comprados no Mercado Central por 4,90 reais e uma bandeija muito bonitinha de 15 reais. Ou seja, o total foi de menos de 20 reais. Com a diferença comprei a garrafinha térmica de 16,90 e o potinho de cerâmica de 5 reais.

Claro que essas pecinhas não são tão lindas como o conjunto da Giovanna Baby. Nem consegui que tudo fosse do mesmo tom, muito menos da mesma cor. Agora, alguém vai me dizer que a Teresa, que é quem realmente importa nessa história toda, vai lembrar da cor do potinho de cotonete que nós usamos quando ela tinha menos de um ano? Vai fazer diferença na vida dela, de verdade, se os pais estiveram presentes, se deram carinho, se trocaram a fralda, se estavam disponíveis e se deram a devida atenção quando ela chorou. O resto é maquiagem.

Sem contar que uma postura menos consumista pode ser educativa também. Quem sabe, com exemplos assim, ela aprenda a valorizar menos a aparência e mais a intenção e o cuidado envolvidos. Talvez ela se torne uma cidadã melhor, mais preparada para a vida. Pelo menos é assim que eu espero educá-la para o mundo. :-)

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Atualizando

O chá de fralda foi um absoluto sucesso, além da presença dos amigos, estamos ganhando pacotes de fraldas até hoje. Isso é ótimo.
Agradeço imensamente a ajudinha dos amigos para garantir um bom estoque de fraldas!

O quarto da Tetê foi pintado e os móveis montados. Ainda bem que nós não compramos a tal cadeira de amamentação, porque não caberia. Agora falta pouco para ficar igual um quarto de bebê de verdade.

Minha prioridade no momento é a mala da maternidade. Tenho que comprar camisolas com abertura na frente, sutiãs de amamentação, etc.

Hoje a Zen vai fazer uma cirurgia. Vamos fazer uma ligadura do ducto torácico para ver se resolve. Os veterinários acreditam que o problema dela é realmente um quilotórax, um rompimento nesse ducto. Espero que resolva, porque vai se estressante para ela. Quase dois inteiros na clínica. Vamos torcer para que tudo saia bem.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Ela é grande pra idade dela

Diante do incentivo das amigas, mantenho meu tema preferido: minha filha Teresa.

Hoje de manhã fiz um ultrassom e, felizmente, os resultados foram todos positivos. Tetê tem todas veias, artérias, ossinhos e números mágicos de médicos dentro da normalidade. A única alteração é que ela é um "feto grande". Estou entrando na 30a semana e aparenta estarmos na 31a/32a. Porém tudo dentro da normalidade, segundo o doutor. Hoje a Teresa já pesa 1493g (ou seja, quase um quilo e meio!) e mede 38 cm. Ela é grande para a idade dela!

Outro tema que não posso deixar de comentar, até porque não deixa de estar relacionado, é que a Zen, nossa gata primogênita, não está legal. Sábado a levamos na veterinária, fizemos uma radiografia e descubrimos uma efusão pleural (água na pleura, a membrana que cobre os pulmões).

Foi muito ruim por dois aspectos. O primeiro foi a necessidade de punção. Foram dois veterinários, uma estagiária, eu e o Kenji para dar conta do recado de segurar a Zen, enfiar uma agulha enorme no peito dela e retirar mais de dez seringas grandes de líquido. Foi muito estressante, duro mesmo de ver a minha gata sofrer desse jeito.

Aí veio a segunda notícia ruim: a punção não resolve a parada, apenas ameniza. Temos ainda que descobrir o que causou o acúmulo de líquido e tratar, se for tratável. Pode ser um problema incurável. Depois de tudo, ouvir esse tipo de informação da Márcia, veterinária de confiança, derruba qualquer cristão. Amanhã teremos o resultado de alguns exames.

E aí por mais que você tente evitar esse tipo de raciocínio, vem a questão. Se na sua gatinha já é horrível desse jeito, imagina se fosse a sua filha. E o pior é que você sabe que um dia vai acontecer. Não existe nenhuma criança no mundo que não tenha adoecido e a maioria delas acaba passando pelo menos um 'susto' de verdade nos pais. Ou seja, o máximo que é possível fazer é preparar o espírito e a cabeça. Tanto pela Zen como pelas próximas dores de cabeça que virão. E é claro, acreditar, sempre, sempre, sempre que tudo vai dar certo no final.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Pra não dizer que não falei...

Não tenho escrito muito por aqui porque estou absolutamente monotemática. Diria mais, estou barrigocêntrica. E tenho a impressão que o tema interessa apenas a mim e a mais ninguém. De qualquer forma, vamos lá.

Sabe aqueles documentários batidos tipo 'a volta ao mundo em 180 dias' ou 'a incrível viagem pelos mistérios da mente humana'? Pois é, poderiam chamar a gravidez de '40 semanas de revoluções por minuto: assim nascem os bebês'. Quando as pessoas falam em nove meses pode parecer muito tempo, mas são milhões de coisas acontecendo e tudo é muito rápido.

Apenas para se ter uma idéia, em 2000 eu pesava mais ou menos 45 quilos e em 2008, quando descobri a gravidez, pesava 49. Ou seja, em um período de 8 anos uma variação de 4 quilos. Hoje, 5 meses depois da revelação, peso 58. Ou seja, em 5 meses eu ganhei 9 quilos. Não se trata de uma questão estética e sim da relação com o seu próprio corpo. Ganhei em 5 meses 18 vezes mais do que estava acostumada a ganhar em 1 ano. Essa mudança talvez esteja entre as mais visíveis, mas inclusive está, também, entre as mais irrelevantes do processo. Sim, engordar aínda é o de menos.

Além disso, tem os enjôos, os hormônios, a retenção de líquido, as variações no metabolismo, que, por exemplo, causam muito calor. Além desses efeitos físicos inevitáveis, tem a sua relação com o mundo. O que você come, bebe, inala, afeta não apenas você, mas o bebê também. Você se torna duplamente responsável. Sem contar que com isso vem o terror: o grande e insidioso medo de fazer - ou ainda pior - ter feito, alguma coisa errada.

E não faltam fontes para o terror. O chá verde é um exemplo. Até o 4o mês eu bebia chá verde normalmente e até numa quantidade razoável. Um belo dia, lendo uma daquelas revistas genéricas tipo "Meu Bebê" encontrei um artigo que não recomendava tomar chá verde, nem branco, nem preto, nem mate, porque todos eles são a mesma erva que, teoricamente, pode ter um efeito abortivo. Pronto. Por mais que racionalmente eu considere uma bobagem, não tomei mais chá verde. Nem um copo. Porque a gente nunca sabe...melhor evitar... E é sempre assim. Remédio então, não passo nem pomada.

O lance é que existem milhões de informações espalhadas pelo mundo sobre como garantir uma gravidez perfeita. Desde a internet até a sua tia de 82 anos, passando pelos periódicos especializados, livros, amigos, amigas que já foram mães, parentes. E todos dão palpite. Todos, invariavelmente. Eu prefiro me informar. No início os livros ajudaram muito principalmente a me situar na nova condição. Mas também é necessário tentar, quando possível, não enlouquecer com tanta informação. Não vou negar, as vezes é difícil.

Isso tudo não significa que não é bom. Pelo contrário, é realmente muito bom. Eu nem sei dizer o quanto é bom e muito menos porque é tão bom. Mas é. Imensamente. E nada melhor do que "passar de fase". Cada mudança, cada evolução, cada ultrassom é festejado com uma alegria gigante, quase boba. Ouvir de um médico "está tudo bem" ou "o neném está ótimo" ou "os exames estão todos perfeitos" é outra maravilha, que enche você de orgulho e satisfação.

Até agora, na verdade, só escrevi sobre os efeitos físicos da gravidez. Nem toquei em duas outras questões que também ocupam horas e horas da vida de uma gestante. O preparo psicológico para receber um bebê e o preparo financeiro.

Mas não vou entrar nesses assuntos agora porque esse post já está suficientemente grande. :-)


Uma barriga de sêxtuplos (essa é Kate, do programa John e Kate + 8)