quarta-feira, agosto 24, 2005

Encontro Marcado

Saldo do Salão do Livro:

Dois livros da Margarida Kunsch, para provar que eu sou uma moça séria e não compro só bobagem.

O terceiro volume de Memórias do Fogo: Século do Vento Eduardo Galeano, com o qual fui presenteada e fiquei duplamente feliz.

Ao Homem que não me quis, obra mais recente da Ivana Arruda Leite (link ali, ó) que eu não canso mais de ler e procurar livros para comprar e babar ovo. Mulher porreta.

São Cristóvão

Eu sozinha nesse bar, um pires de azeitona à minha frente e uma cerveja quente pela metade. Largada nesse canto da vida é difícil acreditar que o Rodrigo Santoro vai passar por aqui e se apaixonar por mim. Mas vai.


Ivana, em Ao homem que não me quis

quarta-feira, agosto 17, 2005

Patch Adams

Algumas vezes eu me sinto uma palhaça tomando remédio.
Atualmente é o tal do antibiótico. Eu realmente o detesto.
Ele é amarelo, foi caro pra cacete, difícil de engolir, não me permite beber coisas alcoólicas, e o pior de tudo: me deixa com um gosto amargo de remédio na boca o dia inteiro. Eu acabei de escovar os dentes e está lá, aquele gosto insuportável de coisa doente.
Meu antibiótico é o chefe que eu não tenho.
É a resignação que eu não tenho.
É o freio que eu não preciso.
É um castrador social.
É uma dose extra de realidade.
É a representação diária, em pílula, que eu sou muito mais susceptível do que gostaria.


Raios duplos.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Como água para chocolate

Dentro do universo gastronômico tem uma composição que acho fantástica:
o molho de mel com mostarda.

Além de versátil, já que cai bem, de salada verde a carne de porco, ele tem a magnífica propriedade de manter plenos os sabores de seus dois elementos. Quer dizer, o picante da mostarda está tão presente quanto o dulçor do mel. Mesmo independentes, eles se completam. O mel suaviza o azedume da mostarda, que em contrapartida, apimenta a delicadeza do mel. Sem desmerecer as propriedades de dois condimentos tão nobres e saudáveis, o fato é, que juntos, ficam muito melhor que sozinhos.

Não se trata, evidentemente, de um molho ordinário, encontrável em qualquer boteco. Restringe-se a alta culinária, aos sábios chefes de cozinha que sabem reconhecer o seu ponto exato e o utilizam para dar a qualquer prato, arroz com ovo, pão com manteiga, alface com tomate, um ar bastante sofisticado. Com esse molho, tem-se o prazer de transformar estas refeições diárias, corriqueiras, algumas vezes até insossas, numa experiência agradavelmente única, um jantar à luz de velas, uma breve orgia gastronômica.

Aqueles que degustam essa improvável união, já que tanto ela, mostarda, com ele, mel, são ingredientes fortes, com sabores peculiares e utilidades diversas, percebem que nem sempre é necessário abrir mão daquilo que é intrínseco a cada elemento para o surgimento de uma mistura perfeita. Algumas vezes, raras vezes, é mais gostoso assim, unir sem perder, e para não perder, ambas as unidades. Muito provavelmente, essa característica seja essencial para que nos deleitemos, todos os dias, se possível todas as horas, por anos a fio, sem nem pensar em enfastiarmo-nos, e cada vez mais apaixonados, pela mesma e saborosa união.

Feliz Aniversário.

quarta-feira, agosto 03, 2005