sexta-feira, agosto 03, 2012

Locomotiva

Tenho fogo dentro de mim.
Arde, alastra, arrefece, esquenta outra vez.
Às vezes cresce até a pele e chega a iluminar.
Mas dói.E machuca quem toca.
Não tem rosto nem nome esse fogo.
Eu não rezo para ele.
Não apaga nunca. Mesmo que eu queira.
Vai embora, diabo, me deixa!
Não mata. Mesmo que eu peça.
Termina logo com isso, trem.
Não é bom. Mas é necessário.
Ele me ajuda a levantar e a querer.
A continuar seguindo, trilhando e gritando.
Como uma locomotiva.