terça-feira, janeiro 25, 2005

Jornada nas Estrelas: Dívida de Honra


O Livro:

O Sapo e o Príncipe: personagens e fábulas do Brasil contemporâneo.
Paulo Markun
Editora Objetiva

Acabei de ler. É muito importante obras que apresentem bons panoramas e esse é caso. Ou seja, se você não tem idéia de como o Lula e o FHC chegaram à presidência, se você não tem noção do passado de nenhum dos dois, esse livro é perfeito. Bem escrito, jornalisticamente impecável.

Agora, isso não significa que não tenha pontos fracos. Um deles é a utilização da imprensa como fonte recorrente. Não nego que é um trabalho hercúleo ficar lendo jornal velho, mas às vezes isso não basta. Acaba que a versão do livro fica sendo aquela que foi para os jornais e essa, convenhamos, a gente já ouviu falar. Resta um certo gostinho de chapa branca na boca após a leitura. Por outro lado, essa é a função do jornalista: ele conta, as conclusões ficam para o leitor.

Também discordei quando o autor diz que a participação do Lula na Constituinte foi inexpressiva. Acho que isso foi realmente uma infelicidade do livro. Tudo bem que o Lula declarou não ter gostado da experiência de legislador. Daí vai uma distância enorme entre fazer direito e fazer com prazer. A Assembléia Constituinte teve no Lula um dos mais atuantes e influentes parlamentares. Tanto que a Constituição de 1988 recebe críticas, até hoje, de ser avançadinha demais para o Brasil e a bancada progressista foi claramente liderada pelo nosso atual presidente, contra o que foi conhecido à época como Centrão.

Mas tirando essa única discordância tiro meu chapéu para o Markun e recomendo a leitura, principalmente para os mais novos que ainda não eram nem projeto de gente quando toda essa história se desenrolou.


A Pizza:


Aqui em BH até que temos boas pizzarias. Eu, particularmente, gosto muito da Più e da Olegário. Acontece que nesse fim de semana resolvemos experimentar a Especiale, que fica ali na Fernandes Tourinho. A pizza salgada é muito boa, mas as outras não ficam nada atrás. Veneno mesmo é a sobremesa: pizza de nutella (aquela mistura de chocolate com avelã que recheia bombons tipo o Ferrero Rocher). Digamos que a pizza de nutella está para as demais pizzas de chocolate como o haxixe está para a canabis: dá muito, muito mais barato. Só ficaria melhor se tivesse uma bola de sorvete de creme, para refrescar. Acho que eles não colocaram exatamente para não cortar o efeito e você sentir o chocolate inundando as suas veias. Um excesso!

Nota 10 também para o atendimento. Todo mundo é simpático e sorridente. Eu tenho uma teoria: você só reconhece o bom atendimento quando chega maltrapilho ao estabelecimento. Se você recebe o mesmo atendimento de camisa puída e chinelo de dedo, branco e sujo, que a patricinha com um colar gigante com 37.084 pérolas falsas e que o estrangeiro das mesas ao lado, está aí um bom lugar para voltar.


A caricatura é do site www.republicapizzabar.com.br, uma pizzaria de Campinas. Se a pizza for gostosa como as caricaturas são engraçadas, vale uma visita.


segunda-feira, janeiro 24, 2005

Quem tem medo de Virgínia Woolf??

Encontrei assunto para esse abandonado blog e agora pretendo esgotá-lo. Vamos lá.


Mulher Gato (DVD)

Não assista. Você não viu no cinema? Sorte sua, não pegue nem em DVD. O filme é todo ruim. A edição é ruim, os efeitos especiais são ruins, a fotografia é ruim. O único vilão respeitável do filme é o diretor. Ele não soube diferenciar a Mulher-Gato da Mulher-Lagartixa. Quase um crime. Além disso o enredo é ridículo e a direção de atores é péssima. Aliás, acredito que a Halle Barry nem tenha tanta culpa, foi mal dirigida mesmo. Por outro lado, bons atores costumam ser bons atores, mesmo mal dirigidos. Bem, o que eu estou querendo dizer com toda essa insistência? Simples: não assista.


Dirty Dancing (Telecine Emotion)

Um verdadeiro clássico da cinematografia mundial, não é mesmo? Ironias à parte, rever o filme foi interessante.
Eu tenho uma teoria sobre o seu sucesso: ele tem, intencionalmente, o objetivo de alavancar a auto-estima da mulher, ou melhor, das mocinhas adolescentes. Como?

Estratégia 1: A mocinha do filme é feia. Ela tem um nariz gigante, quase não tem boca e seu cabelo é ruim. Pronto: ela é exatamente como nós, pelo menos em algum defeito.

Estratégia 2: Coloque o Patrick Swayze para dizer ao seu ouvido: ó, tadinho de mim, eu sou pobre, ignorante, e aquelas mulheres malvadas abusam do meu corpão. Você cuida de mim? Ok, ok, nem a Hannah Arendt resistiria....

Estratégia 3: A mocinha dá pro mocinho e naaaaada de ruim acontece. O que eu quero dizer: ela assume a relação e encara o pai. Ela tem força moral, para dizer, é, dei mesmo, e daí? Antes ser honesta do que virgem! Ela é inteligente! Convenhamos, isso foge do padrão hollywoodiano e encanta qualquer mocinha sonhadora com mais de dois neurônios. Sem contar que hoje, em 2005, nos Estado Unidos falso-moralista do Bush, isso tudo é quase ofensa.

Estratégia 4: Coloque tudo no liquidificador e tempere com músicas/danças sensuais e uma mela-cueca grudenta:
Now I've had the time of my life
No I never felt like this before
Yes, I swear it's the truth
And I owe it all to you


Voilá! Um sucesso tremendo e uma pitada de feminismo de buteco que não faz mal a ninguém!


A sem-gracinha conquista o bonitão por meio de sua inteligência e sentido ético: é, não se fazem mais filmes como antigamente...

Amanhã (ou em um futuro próximo): Livro e pizza.



quinta-feira, janeiro 20, 2005

Férias do Barulho

Apêndice ao post abaixo

Livros

Cabeças Trocadas - Thomas Mann
Novela adaptada de uma lenda indiana. Começa com o velho papo: dois amigos, uma moça bonita e gostosa, um é inteligente e fraco, o outro é forte e meio burrinho, essas coisas.
O bacana é que a história que se desenvolve desse início padrão foge bastante do lugar comum. Principalmente a discussão que faz sobre a relação entre cabeça e corpo (ou razão e paixão, ou intelecto e sensualidade ou apolíneo e dionisíaco) e como cada uma das partes influencia a outra.
Ainda melhor é o desfecho da trama, quando fica claro que toda essa disputa entre os dois homens (que representam, no fundo, os dois componentes básicos de ser humano: corpo e cabeça) está totalmente subjugada a um terceiro elemento: o desejo do outro, ou no caso, outra, a mocinha gostosa!. Resumindo: nem a razão, nem a natureza, são soberanas quando uma mulher encasqueta com uma coisa! Ahá!



segunda-feira, janeiro 17, 2005

Comer, Beber, Viver

Saldo de Férias

Filmes

Harry Potter e o prisioneiro de Askaban (DVD)
Quem falou que esse filme era um Harry Potter diferente, mais sombrio, etc? Né não, igualzinho os outros com uma fotografia um pouquinho diferente... Diversão garantida, porém sem pretensões...

O Encontro (DVD)
Com a Cristina Ricci anoréxica. Legalzinho, mas sem brilhantismos. Um suspense normal.

O Enviado (DVD)
Filme debilóide sobre um menino clonado. Cachorro morto, não vou nem chutar.


Moça com brinco de pérola (DVD)

Sensível, bonito até doer, uma fotografia super bacana, atores excelentes, inclusive a esposa e a sogra que ninguém fala delas. Aprovado.


Mulheres Perfeitas (DVD)

É comédia, dirigida pelo Frank Oz, portanto, como diz o Kenji, "filme pra criança" com toques de humor negro. Mas tem seus bons momentos. Para assistir comendo pipoca.

Do outro lado da rua (VHS)

Talvez o melhor da lista. O ritmo é lento, mas faz sentido. É um filme com cara de suspense mas no fundo é uma delicada narrativa sobre solidão e terceira idade. A Fernanda Montenegro e o Raul Cortez dão um banho, mas ninguém espera menos que isso, portanto, as cenas, a direção sutil e os diálogos são o filé. Recomendo.

O Grito (cinemão)
Você gosta de terror japonês? Você quer levar muitos sustos? Então vá ver. Não espere nada além disso, mas para mim, particularmente, já é muito. Um aspecto legal: não tem um final estúpido, o que tem que ser, será, sem condescendências hollywoodianas. Ponto para o diretor japonês.


Party Monster (DVD)

Nas primeiras cenas pensei: Ih, mas um filme de bichinhas afetadas... Não é. Com o desenvolvimento da história vai ficando melhor, melhor, melhor, até chegar no máximo que são as últimas cenas. Destaque para a cena da banheira e para a do ratão (quem viu entendeu, quem não viu, vá ver para entender).

Gastronomia

Galeteria
Shopping Jardins. Um PF executivo mas muito, muito gostoso. Eu gosto do galeto com salada, mas segundo o Kenji, a picanha também é muito boa. Também gosto do clima, porque ele não fica dentro do Shopping, mas no jardim mesmo. Ideal para dias quentes.

Graciliano
Lembra São Paulo. Fui no Belvedere. Não digo que é barato, mas não é absurdamente caro como a cara e o público podem demonstrar. A comida é bem feita, sem economias porcas, sashimis feitos com enormes filés de salmão. Ainda tem saladas, massas, carnes, pãezinhos e salgadinhos, tudo uma delícia. A parte de doces é uma tentação, se tiver de regime, por favor, não vá.

República do Jambreiro
Disparado o melhor. Cogumelos, muitos cogumelos, um ambiente delicioso, toca-discos cheios de vinis de bossa-nova, esculturas de metal na entrada, chef simpático, artista plástico, elegantérrimo o negócio. E não duvidem: a melhor pedida de sobremesa é a compota de cogumelos com sorvete de creme. Eca! Cogumelo doce? É, cogumelo doce, uma delícia. Na entrada de Nova Lima, vale a pena reservar. Toda quarta tem rodízio de Cogumelos (Cogumelança) e eu já estou doida para voltar. Vamos?

Jay Rama
Vale a pena citar a clássica feijoada vegetariana do Jay Rama, sexta e sábado, na Getúlio Vargas, pertinho do McDonalds (irônico, não?). R$ 9,00 com direito a caipirinha.

Chico do Peixe
O melhor Peroá de BH. E com uma grande vantagem: sem frescura! Gaste R$ 15,00 e coma até enfartar. Um galpão lá no bairro Concórdia (eu acho que é esse, mas posso estar redondamente enganada), butecão com direito a todas as marcas de cerveja, menino passeando pelas mesas, famílias inteiras e aquele ar de ô lá em casa.

Quebradeira

HITS
Por que as pessoas continuam freqüentando a Obra?? Porque só lá você pode se divertir e ouvir música de primeira do início ao fim da noite. Hits da Obra ainda é o que há, mesmo com o calor que fez no sábado.





segunda-feira, janeiro 03, 2005

Bar Esperança

Entrei no esquema e caí na bobagem de fazer as intermináveis, mas indispensáveis
Promessas para 2005:

Tirar carteira de motorista.

Malhar.

Manter contatos com meus amigos legais, gente-fina e descolados.

Aprofundar o contato com meus novos amigos legais, gente-fina e descolados que conheci em 2004.

Não perder o contato com os velhos amigos legais, gente-fina e descolados que ressurgiram em 2004 (bendito Orkut!)

Aprender a tocar decentemente pelo menos uma musiquinha na minha gaita hohner em lá.

Estudar.

E principalmente: não me deixar abater! Porque:
Eu acredito na foto, não há bem que sempre dure, não há mal que não se acabe e, como todos sabem, a fila tem que andar!

2005 porreta pra todos nós!