quarta-feira, agosto 17, 2005

Patch Adams

Algumas vezes eu me sinto uma palhaça tomando remédio.
Atualmente é o tal do antibiótico. Eu realmente o detesto.
Ele é amarelo, foi caro pra cacete, difícil de engolir, não me permite beber coisas alcoólicas, e o pior de tudo: me deixa com um gosto amargo de remédio na boca o dia inteiro. Eu acabei de escovar os dentes e está lá, aquele gosto insuportável de coisa doente.
Meu antibiótico é o chefe que eu não tenho.
É a resignação que eu não tenho.
É o freio que eu não preciso.
É um castrador social.
É uma dose extra de realidade.
É a representação diária, em pílula, que eu sou muito mais susceptível do que gostaria.


Raios duplos.

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