quarta-feira, julho 18, 2007

Terra em Transe

O Gabriel Garcia Marques tem um livro chamado "Crônica de uma Morte Anunciada".
Sim, é possível falar de mortes, desastres, tragédias que foram anunciadas e não evitadas.
É o caso do acidente com o avião da TAM que, pelo jeito, matou mais de 200 pessoas.
E não há explicação que possa diminuir a responsabilidade da crise aérea nesse acidente.
Não é possível dizer, não foi a obra, não foi a pista, não foram os controladores.
Os atrasos, o medo, a pressão, as dúvidas, se não foram responsáveis diretos por essas mortes, têm sua parcela de culpa.
Acho pouco provável que os fatos desmintam esse raciocínio.
O Gilberto Dimenstein , mesmo não contando com a minha absoluta simpatia, foi no ponto certo dessa questão: falta-nos cidadania.
Como essa tragédia foi anunciada, milhares de outras também o são, porém com impacto menor.
O jornalista mesmo citou dois excelentes exemplos: as milhares de mortes que ocorrem nas estradas mal conservadas e a morte de pelo menos um motoqueiro todos os dias na cidade de São Paulo.
Todos os dias.
Pessoas, se não fizermos nada, ninguém fará.
Até porque existe uma oposição e uma imprensa que não estão nem um pouco preocupadas em resolver o problema e cobrar providências.
A preocupação de ambas é clara: utilizar politicamente a tragédia para fortalecer o seu projeto eleitoral.
O racicínio é simples, vamos aproveitar porque a nossa sorte é que está acontecendo com o outro.
Se eles estivessem no poder, seria diferente?
Porque nenhum político de frente alguma organizou manifestações, cobrou resultados ou apresentou projetos e soluções técnicas até o momento?
Porque eles pouco se importam se morremos ou não.
Enquanto isso os responsáveis, todos os envolvidos são responsáveis, apontam o dedo um para o outro.
São 200 mortos, 200 famílias. Não gosto nem de pensar. Não gosto mesmo.
Só digo o seguinte: está na hora de atuar, de cobrar dos responsáveis, além das desculpas, soluções.
Cobrar da dita oposição vigilância e não oportunismo e da nossa imprensa responsabilidade, para informar com objetividade e isenção os reais fatos para que tomemos as medidas que estão ao nosso alcance.

6 comentários:

shikida disse...

ditto

Anônimo disse...

Bela vacina contra críticas. Funciona muito bem em mentes pré-programadas.

Anônimo disse...

O que é isso? Cobrar da oposição? Cobrar da imprensa??? E do DESgoverno, ninguém pode cobrar? "Se eles estivessem no poder, seria diferente?!". ELES QUEM? Os mortos? Sim, porque nesse episódio só falta dizer que aquele povo subiu no avião a mando do César Maia. A onda de tentar culpar o governo a priori só não é maior que a onda dos sectários governistas que sataniza a toda e qualquer pessoa que ousa perguntar: DE QUEM É A CULPA? Façam o seguinte, culpem o piloto! Ele morreu mesmo! Vocês já culparam os controladores de vôos no caso da Gol, não custa eleger um boi de piranha para salvar o SANTO LULA E SUA COMPETENTE EQUIPE.

shikida disse...

(...)Enquanto isso os responsáveis, todos os envolvidos são responsáveis, apontam o dedo um para o outro.
São 200 mortos, 200 famílias. Não gosto nem de pensar. Não gosto mesmo.
Só digo o seguinte: está na hora de atuar, de cobrar dos responsáveis, além das desculpas, soluções.(...)

alguém tava defendendo o Lula aqui?

rOsI disse...

Kenji, calma, há razões pra incompreensão ou pelo menos, pra dupla interpretação:

Até porque existe uma oposição e uma imprensa que não estão nem um pouco preocupadas em resolver o problema e cobrar providências.
(...)
O racicínio é simples, vamos aproveitar porque a nossa sorte é que está acontecendo com o outro.
Se eles estivessem no poder, seria diferente?

Falta a Lud esclarecer quem são "eles" :)

Ludmila disse...

O raciocínio é simples de novo: evidentemente 'eles' são aqueles que formam a oposição. Essa oposição que utiliza da desgraça alheia para ganhar voto, no grito, na caixa alta e na deturpação das falas. :) O que está claro no texto é que a cobrança é para todos: cidadãos, governo federal e equipe, oposição e imprensa. Tão ruim como permitir que a tragédia ocorra é tentar beneficiar-se com ela. Só não lê quem não quer.
:-)