Uma coisa meio Clarice Lispector, sabe?
Porque é o que estou sentindo nesse momento. Um ponto final no meio do peito, com o alívio e a melancolia que isso traz.
A sensação de missão cumprida, de liberdade e a certeza que funcionou ajudam.
A Teresa não demonstrou falta alguma, está ótima e eu respiro aliviada.
Mamãe, mamãe não chore, a vida é assim mesmo eu quero mesmo é isto aqui.
O resto é comigo. Porque agora, que acabou, eu digo.
Ainda estou machucada, enfaixada, sentida. Não pretendo mentir nem esconder.
Mas a vida é assim. Aprende, mamãe.
Aprende a conviver com esse sentimento tresloucado que envolve um orgulho imenso e essa saudadezinha safada daquilo que não volta.
Aí eu penso no quanto a gente é instinto, bicho. Toda mãe é meio vaca, meio galinha. No sentido bacana mesmo, de ter peito (no sentido literal ou não) para nutrir e asa para agasalhar. Só que aí me lembro de que a gente também não pode ser só instinto, só vaca ou só galinha. Temos que ir além, respirar e deixar crescer, entregar para o mundo, com limites e valores. E isso demanda racionalidade, estudo, exercício.
Dizer que é fácil não dá, mas enriquece. Eu acho. Mesmo em dias como esse, que mesmo pais, ficamos menores que nossos filhos.
2 comentários:
padecer no paraíso é uma escada bem alta ;-)
beijos...
Me deacreveu
Postar um comentário