segunda-feira, junho 20, 2005

Batman Begins

A cena:
O Coringa no telhado de um Prédio e o Batman no telhado do prédio ao lado com uma lanterna. O Batman propõe ao Coringa:
Vou acender a lanterna e você atravessa pelo feixe de luz.
Você acha que eu sou louco? Responde o Coringa.
Por quê? Pergunta o Batman
Porque você pode desligar a lanterna a hora que quiser.

Não, essa cena não está no Batman Begins. É de um quadrinho que eu li há séculos, Piada Mortal (como bem lembrou o Kenji).
Acontece que depois de ver Batman Begins esse quadrinho não saiu mais da minha cabeça. Porque ele, para mim, é a essência do Batman, a explicação de porquê eu gosto do homem morcego. O Batman é o dark side, a raiva, o medo, a dúvida, a angústia, a vingança, a loucura, tudo aquilo que só nos atrapalha e não dá certo na vida real, transformado em herói-vingador que luta pelo bem e pela justiça e derrota as forças do mal. Se o Batman vinga alguma coisa, é a nossa insatisfação com a imperfeição humana. Ele redime todos nós que estamos muito longe de sermos perfeitos e ainda usamos nossos defeitos como motivação.

Batman Begins respeita tudo isso. Finalmente, um filme que considera o que o Batman é, para quem o leu. Poço, pérolas, Arkam, retratos, revólveres, está tudo lá, no lugar certinho (se você não entendeu o que eu quis dizer, você não leu os quadrinhos certos). Diretor e atores à altura: Gary Oldman, Christian Bale, Michael Caine, Liam Neeson, Morgan Freeman, até o Rutger Hauer, estão todos excelentes.

A mesma importância que O Cavaleiro das Trevas do Frank Miller teve ao reinventar o Batman nos quadrinhos, terá Batman Begins por levar ao cinema, com honestidade e competência, o universo, a estética e as implicações que povoam a cabeça dos batmaníacos.

Nenhum comentário: